Amanhã estou de abalada!!!

È mesmo isso. Amanhã abalo para Trás-os-Montes. Bem cedinho e com a carga às costas (ou melhor, na mala do carro!) aí vamos nós: eu, a Mãe e o Cão. Todos para parecermos muitos.
Estão a ver um caracol com a carapaça? Nós somos assim, andamos sempre com a casa ás costas! Nem imaginam a "tralha" que é!!!
Desde Junho que não vou até lá. Tenho saudades. Do cheiro, da comida, dos passeios e da malta!!! Gosto muito daquilo. È uma terra bonita com planícies e planaltos cobertos com oliveiras, sobreiros e amendoeiras. Antes de continuar, passo a rectificar, não vou propriamente para Trás-os-Montes, ou para o Nordeste transmontano. A Mãe faz questão de sublinhar o nordestino, pois é bem lá mais para o norte, mais rude, mais áspero, mais belo, mais genuíno…
Passei os melhores verões da minha vida naquela terra. Onde fiz amigos para a vida. Onde fiz as melhores e maiores asneiras! Onde cresci a aprender o que é a terra, a sobrevivência e o amor. Isto quase me faz lembrar as eternas tardes de verão em só se podia sair à rua depois das cinco. Até lá, fazia-se a sesta, no baixo, que era mais fresco e eu adorava ver televisão. O Verão Azul era a minha série favorita. Os meus dias eram quase iguais aos dos meninos do Verão Azul, só que longe do mar!
Bem, estou tão contente por ir que nem fazem ideia! Confesso, que se tivesse de lá viver não gostava. Sim, pode parecer estranho, mas viver não. I é para passar férias, para descansar uns dias a olhar as cegonhas, esperando que o sol bata nas pernas enquanto baloiço a preguiça na cama de rede. A vida lá passa devagar, sem pressas e sem os stress das grandes cidades. Mas viver não, é muito longe do mar.
Amanhã a esta hora já lá estou, ao lume, a rilhar uma torrada a pingar de manteiga e a beber um chá com cheiro a Natal que a L me trouxe no ano passado.
Um bom fim-de-semana vai ser de certeza, só tenho pena de não poder ficar mais uns dias. A Mãe e o Cão é que vão ser os sortudos. Uma semana, inteirinha, lá a dar água sem caneco na rua, a falar com as velhas, a trocar rendas, a comer pão torrado na brasa ao pequeno-almoço e rosca fresquinha à merenda. Bem, que inveja. Mas quando tiver a vida de reformada da Mãe também vou andar assim, cima-abaixo-baixo-acima….